Documentos
Desafios atuais (2002)
As questões relativas ao uso e disponibilidade da água têm sido tema
relevante da agenda internacional. Antecedendo à Rio-92, foi
realizada a Conferencia de Dublin sobre água, que enunciou, pela
primeira vez, os princípios básicos regendo a opção pelo valor
econômico dos recursos hídricos e criou o Conselho Mundial da Água.
O capitulo 18 da Agenda 21 adotada na Conferência Rio 92 é dedicado
aos recursos hídricos.
O I Fórum Mundial da Água, realizado em Marrakesh, em 1997, incumbiu
o Conselho Mundial da Água de preparar trabalho de longo termo
apresentado como Visão Mundial da Água para o século 21, no II Fórum
Mundial da Água , realizado em Haia, em 2000. Em dezembro de 2001, o
Governo alemão promoveu, em Bonn, a Conferencia sobre Água Doce,
cujo tema foi Água para o Pobre. No âmbito regional, o IV Dialogo
Inter Americano sobre Gestão dos Recursos Hídricos, realizado em Foz
do Iguaçu em setembro 2001. Ambos trabalhos preparatórios para a
Cúpula Mundial do Desenvolvimento Sustentável, em 2002 e III Fórum
Mundial da Água, Quioto 2003. Em abril de 2002, o Governo suíço
realizou, em Ruschlikon, "Manejo Sustentável da Água: prioridades
para estruturas de políticas e melhores práticas". O objetivo foi
testar uma proposta para coordenação dos temas de água em termos
mundiais, e, talvez, a criação de uma agência internacional. A
proposta não foi aceito pela comunidade de governos, academia,
grupos da sociedade civil e ONGs ali presentes.
A agenda da Cúpula de Johanesburgo apontou a água como "o recurso
chave para o desenvolvimento sustentável". A Cúpula do Milênio de
2000 estabeleceu metas, entre as quais, a redução pela metade de
pessoas sem acesso à água potável. Em Joanhesburgo, 2002, na Cúpula
do Desenvolvimento Sustentável incluiu também a Meta para 2015 o
saneamento ambiental.
A Plataforma dos Países Latino Americanos e Caribe, apresentada pelo
Brasil, em maio de 2002, indicou a necessidade de uma nova ética
para servir de fundamento ao desenvolvimento sustentável e havendo
necessidade de maior integração entre as políticas social ,
econômica e ambiental.
A posição do Brasil para a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável (Johanesburgo
2002) apresentou as seguintes prioridades: água, energia, saúde,
indicadores de desenvolvimento sustentável, oceanos, erradicação da
pobreza, acesso a tecnologias sustentáveis e a mercados.
O Brasil possui uma das maiores reservas de água doce do mundo,
tanto em águas de superfícies como subterrâneas, porém em razão da
gestão não sustentável do solo, floresta e assentamentos humanos, há
uma porção considerável da população brasileira que não tem acesso à
água. A falta de consciência da população sobre o valor da água tem
como conseqüência a prevalência da "cultura do desperdício", em
particular nos usos agrícolas, além da poluição hídrica que causa
inúmeras doenças. Embora a geração de eletricidade no Brasil seja
mais limpa em razão da preponderância da fonte hídrica, a construção
das barragens tem causado sérios problemas de ordem social em
decorrência dos reassentamentos humanos com perda de identidade
cultural de grupos obrigados a se deslocarem de suas bases de origem
e referência.
No recente levantamento publicado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística-IBGE aponta o deficit nos serviços de
saneamento e água canalizada no país, deixando clara a necessidade
de uma mudança de paradigmas, com o desenho de soluções engenhosas e
criativas que permitam diminuir a atual lacuna econômico-social .
A valoração da água e a cobrança é um tema que está na pauta de
discussão tanto na agenda internacional como nacional.
As Diretrizes Nacionais sobre Saneamento Básico devem merecer
contribuições da sociedade na Conferência das Cidades e na
Conferência Nacional de Meio Ambiente, para aperfeiçoamento do
Projeto de lei PL 4147/0. Ainda, o Projeto de Lei 1616/99 que
regulamenta a Política Nacional de Recursos Hídricos, em especial
quanto à outorga, a gestão sustentável dos recursos hídricos em seus
usos múltiplos, e o fortalecimento da participação da sociedade
civil no processo decisório.
Entre as prioridades do GT Água a elaboração de Plano Estratégico
para o Ano Internacional da Água Doce, 2003 e a contribuição para o
Programa Sede Zero, incluindo no Plano Pluri Anual.
de: Fórum Brasileiro de ONGS e Movimentos Sociais para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento "Brasil 2002: a sustentabilidade que
queremos", agosto de 2002.
Ver documento na íntegra (pdf)
|