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Relato GT-Florestas, Brasília, 30.11.2004

1. Como a Coordenadora Adriana Ramos foi obrigada a se ausentar para participar de reunião sobre Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, Cristine Branco e Mauricio Galinkin ficaram encarregados de coordenar a reunião do GT Florestas na Reunião Nacional do FBOMS.
2. Participaram: Mauricio Galinkin (CEBRAC); Cristine Branco (Amigos da Terra-Amazônia Brasileira); Carlos Delmiro da Silva Saldanha (CUT-GO); Judson Barros (FundÁguas-PI); Ronaldo Alves de Jesus (Sem Terra); Marco Aurélio Rodrigues (WWF-Brasil); Ilan Kruglianskas (WWF-Brasil); Ludmila Caminha (WWF-Brasil).
3. Seguindo orientação da Coordenadora, com fito de atualizar os participantes sobre a atuação do GT, Cristina apresentou um histórico das atividades empreendidas pelo GTFlorestas e a agenda de 2004, abordando os seguintes temas: Conaflor/PNF/Cenaflor (PL Gestão de Florestas Públicas); Agropecuária (agenda com MAPA; IFC/Amaggi/Articulação Soja); Desmatamento e Código Florestal (áreas urbanas e APP no Conama).
4. Na seqüência foi feita breve apresentação pelos participantes das atividades relacionadas ao GT Florestas em andamento no âmbito das respectivas entidades. Ronaldo, do Movimento Sem Terra, relatou que o agronegócio está causando impacto na floresta, com destaque para os casos da fabricação da celulose, cultivo da soja e da cana de açúcar.
5. Judson (FunÁguas-PI) discorreu sobre a instalação da Bunge no PI, para o uso de madeira como matriz energética (utilizando aproximadamente lenha de 50 hectares por dia, no atual nível de produção, que irá dobrar no próximo ano).
6. Maurício, da Fundação CEBRAC, informou que apresentou Requerimento no Conama - onde o CEBRAC representa as ONGs do Centro Oeste - solicitando que o Ibama faça uma auditória em todas as instalações industriais da Empresa Bunge no país, para averiguar o uso de lenha como matriz energética, e se existem autorizações legais para sua extração em cada um dos estados. Adicionalmente, informou que esteve neste último sábado com a Dra. Beatriz, que coordena a 4ª Câmara (Meio ambiente) do Ministério Público Federal, e que ela já solicitou informações aos Procuradores do MP-do Piauí e do Maranhão, sobre a celebração do TAC, os termos em que o mesmo foi celebrado e outras questões relacionadas com o desmatamento do Cerrado na região.
7. Carlos Delmiro observou apesar das atuais facilidades de comunicação virtual, a mobilização presencial tem se tornado cada vez mais difícil.
8. Findas apresentações, foi aberto espaço para apresentação de sugestões de pauta para 2005, a saber:

§ Divulgação em tempo real de dados sobre o desmatamento, dando eficácia ao compromisso celebrado com o MMA no quesito transparência de informações;

§ Empreender esforços para verificar fontes alternativas de informação para obtenção de dados sobre o desmatamento;

§ O GT deve se posicionar sobre o acesso ao sistema de licenciamento ambiental do Ibama, em tempo real, incluindo a divulgação das licenças ambientais concedidas, para possibilitar o controle social das áreas sendo desflorestadas e o expansão da fronteira agro-pecuária.

§ Sugere-se uma ação pontual do GTFlorestas sobre o caso BUNGE, pois há indícios de que a lenha utilizada não foi devidamente licenciada - não havendo nem o registro da realização de audiências públicas na região.

§ O GT Florestas deve se manifestar sobre sua participação enquanto GT no Fórum da Soja, 2005, sendo organizado pela WWF.

§ No tocante ao Cerrado, sugere-se o monitoramento dos seus índices de desmatamento, pois esses estudos não podem ficar limitados à Floresta Amazônica, o incentivo de alternativas comerciais não madeireiras, concentrando esforços na busca das potencialidades econômicas do Cerrado, especialmente no tocante ao extrativismo.

§ Foi ressaltado ainda que o GT deve se posicionar sobre o andamento (ou falta de andamento) da questão da Mata Atlântica.

§ Por último foi alertado que a carcinicultura atualmente representa grande impacto nas áreas de mangue, causando danos graves, o que merece atenção deste GT.